domingo, 15 de novembro de 2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA TP 01 - UNIDADE 3

TRANSPOSIÇÃO DE UM TEXTO ORAL EM UM TEXTO ESCRITO
Iniciei a aula lendo para meus alunos de 7ª série o texto abaixo:
"Ela me contou o negócio do atropelamento... An.. o menino ficou lá estendido...Cê vê, em frente à escola e ... diz que tinha uma porção de gente no portão. É. E ninguém fez nada... absurdo, né? Mas diz que o motorista é filho de gente importante e que todo mundo tem medo de dar a chapa do carro. .. não vão dizer que ele passou correndo demais em frente da escola... Todo mundo fico meio bobo, depois é que chamaram a ambulância... Parece que o menino tá bem, graças a Deus. Na próxima reunião, vou lá, ver se a gente começa uma campanha, pra envolver todo mundo, pra todo mundo entender que tem de falar o que precisa falar... imagina se fosse filho da gente ... Hem? Que que cê acha? "
Em seguida, fiz a transcrição desse mesmo texto no quadro e pedi que os alunos observassem mais detalhadamente as características da modalidade oral. A turma conseguiu perceber as simplificações (cê, tá...), os termos específicos da oralidade (né, hem...), o uso das reticências para indicar uma suspensão momentânea da fala na conversa, além do uso da linguagem coloquial.
Conversamos sobre as diferenças entre o texto oral e o escrito e em seguida, propus duas atividades à classe:
1ª atividade: Reapresentação do assunto no gênero carta.
2ª atividade: Conversão do texto oral em uma matéria para um jornal local.
No decorrer dessas produções textuais fui orientando os alunos para observarem se a linguagem usada na carta e na reportagem estavam adequadas à situação sociocomunicativa, bem como, aos leitores do jornal e ao destinatário da carta.
É interessante registrar que os alunos tiveram mais dificuldade em redigir a carta do que produzir o artigo de jornal. Muitos confessaram que não tinham o hábito de escrever cartas e por isso não sabiam nem como começá-la. Um aluno, por exemplo, iniciou a carta, usando a seguinte frase: "Tô te ligando para te dizer que ... foi atropelado." Pedi então a este aluno que revisasse seu texto e observasse se o verbo ligar estava adequado ao gênero. Somente naquele momento foi que ele percebeu que estava escrevendo, e não, ligando para alguém.
A atividade foi importante porque além de estimular a escrita do aluno, foi capaz de fazê-lo observar as características da modalidade oral, que é, infelizmente, ainda pouco trabalhada na escola.
(TP 1 -´página 102)

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